Uma década atrás, a Groupon ganhou fama ao popularizar o formato de compras online em grupo, rejeitando com confiança uma oferta de aquisição de US$ 6 bilhões do Google e, em vez disso, abrindo o capital com uma capitalização de mercado de US$ 17,8 bilhões. A empresa hoje diz ter 14 milhões de usuários ativos, mas quase consistentemente na última década, sua posição financeira sofreu um leve declínio – com estagnação em seu modelo de negócios principal, pouco sucesso nos esforços de diversificação, queda nas receitas e perdas contínuas.
E hoje vem o último capítulo dessa história. A empresa com sede em Chicago, que hoje tem uma capitalização de mercado de apenas US$ 103 milhões (99,4% abaixo de seu mercado público), nomeou Dusan Senkypl, um atual membro do conselho, como CEO interino. Senkypl irá administrar a empresa… da República Tcheca.
Sua nomeação tem efeito imediato, disse a empresa em um comunicado hoje.
Ele substitui Kedar Deshpande, que foi CEO da Groupon por apenas 15 meses. Antes da Groupon, Deshpande foi executivo da Zappos por mais de uma década e, depois de assumir o cargo na Groupon, continuou a trabalhar em Las Vegas. Ele permanecerá por mais 60 dias para ajudar na transição, disse a empresa.
Senkypl é o co-fundador da Pale Fire Capital, uma empresa de PE com sede em Praga (que recebeu o nome de um romance de Nabokova?). A maioria dos investimentos da Pale Fire está em empresas fora do país de origem e em outras partes da Europa. Mas também é atualmente o maior acionista do Groupon – um papel que não desempenhou passivamente: as duas empresas se envolveram em uma batalha ativista no ano passado que resultou na conquista de dois assentos no conselho da empresa, um dos quais é ocupado pela Senkypl.
“Desde que ingressou no conselho, Dusan tem estado altamente engajado como diretor, supervisionando de forma importante a estratégia e os pontos fortes do Groupon e ajudando a empresa a identificar áreas de melhoria”, observou Ted Leonsis, presidente do Groupon, com otimismo em relação à notícia.
De fato. Em novembro, a Pale Fire anunciou que estava ajudando a Groupon a reconstruir toda a sua equipe de tecnologia, começando com a nomeação de um novo CTO de uma de suas outras empresas de portfólio.
A empresa também passou por outra reestruturação bastante intensa, e sua posição não foi ajudada por pressões mais amplas no setor de tecnologia e na economia como um todo: em duas parcelas em agosto de 2022 e janeiro de 2023, demitiu cerca de 1.000 funcionários. , ou cerca de 30% de sua força de trabalho.
Em particular, o Groupon enfrentou vários desafios ao longo dos anos. O próprio conceito de compra em grupo é estruturado em torno do conceito de hype, que pode ter sido um ponto de partida malfadado e pouco promissor. Mesmo no início, e apesar das previsões de que representaria uma ameaça para o Google e a Amazon, outros debateram se ela poderia ser considerada uma empresa de “tecnologia”. Mas, além disso, o Groupon – apesar de fazer mais de 40 aquisições, incluindo muitos clones em mercados internacionais, além de uma série de negócios interessantes de comércio eletrônico e fintech – não conseguiu encontrar outros ganchos para diversificar.
Enquanto isso, uma importante rota de marketing para a empresa – e-mail – morreu um pouco quando o Google mudou a forma como os assinantes de e-mail eram categorizados (e podiam ser mais facilmente ignorados). E, claro, surgiram dezenas de outras plataformas e inovações voltadas para clientes que desejam comprar as experiências e serviços que empresas como a Groupon vendem.
Senkypl e Groupon têm uma tarefa difícil pela frente para reverter tudo isso. Mas o novo CEO acredita que ainda há uma oportunidade de consertar o que não está funcionando.
“Aprecio profundamente a dedicação dedicada à construção desta empresa e estou honrado em liderar a Groupon em sua transformação e reviravolta”, disse Senkypl em um comunicado. “Com um inventário local exclusivo, mais de 14 milhões de clientes locais ativos e milhões de visitantes por mês, a Groupon possui ativos valiosos que podem impulsionar um crescimento significativo combinado com a excelência operacional.” Estou animado para construir sobre essa base para expandir ainda mais o mercado da empresa e aumentar o valor para todas as partes interessadas. Construí vários negócios desde o início que funcionaram em escala com centenas de milhões de usuários e acredito que sei o que precisamos fazer no Groupon para levar a empresa ao próximo nível.”
Para contextualizar esses números: 14 milhões pode parecer um número grande, mas lembre-se de que, quando a empresa entrou com pedido de divulgação pública pela primeira vez em 2011, ela disse ter mais de 83 milhões de assinantes registrados, dos quais cerca de 15, 8 milhões compraram o Groupon. negócios. Há muito trabalho a ser feito, em outras palavras, para fazer com que as pessoas voltem a se importar com o Groupon.